Estudo realizado pela Syhunt, empresa especializada em segurança da informação, mostra que o Brasil está entre os países que mais sofrem com ataques de sequestro e vazamento de dados pessoais no mundo, ocupando a oitava posição. Na América do Sul, é o mais atacado, seguido pelo Chile. No mundo, a maior vítima de ataques cibernético de roubo e vazamento de dados é os Estados Unidos.
O relatório elaborado pela empresa de segurança aponta que os ataques acontecem pelo uso de ramsoware, tipo de software malicioso comum que rouba, exclui ou criptografa arquivos em máquinas comprometidas, solicitando posteriormente pagamentos de “resgates” (daí o nome em inglês) para recuperar esses arquivos ou não os expor na dark web.
Os dados também mostram que os grupos que cometem estes crimes cibernéticos estão ficando ricos com os dados alheios. A Syhuntcita dados da Agência da União Europeia para a Cibersegurançça (ENISA) publicados recentemente, que mostram que houve um aumento de 150% nos ataques de ransomware entre abril de 2020 e julho de 2021. Ao todo, mais de 150 TB de dados foram roubados por grupos de ransomware entre janeiro de 2019 e janeiro de 2022. Isso representa dados roubados e vazados de 2.843 organizações que armazenam grandes bancos de dados como empresas, órgãos públicos, sites educacionais etc.
A pesquisa também mapeou que existem pelo menos 30 organizações que atuam globalmente, oferecendo esses dados em ambientes como a deep web e a dark web. “Ao longo de 2021, mapeamos e investigamos mais de 30 grupos de ransomware na dark web. Desde 2019, esses grupos criaram mais de 100 tipos de ransomware. Também mapeamos e investigamos fontes de vazamentos de dados na superfície e na deep web”, diz a Syhunt. Um grupo apenas, como REvil, roubou nesse período 44,1 Tb de dados, atacando 282 organizações.
“Uma ação do Departamento de Justiça dos EUA realizada em novembro de 2021, apreendeu US$ 6,1 milhões, cerca de R$ 32 milhões, em fundos rastreáveis a supostos pagamentos de resgate recebidos por um membro do REvil. O grupo alegou um lucro de mais de US$ 100 milhões, cerca de R$ 532 milhões, e pesquisadores estimaram o lucro em torno de US$ 123 milhões, cerca de R$ 655 milhões, somente em 2020”, informa o relatório.
Por trás de cada ransomware está um grupo que costuma ficar rico ilicitamente, explica a Syhunt. O relatório da organização mostra que cerca de 40% das vítimas pagam o resgate e que cerca de 25% dos executivos de negócios estariam dispostos a pagar entre R$ 100 mil e R$ 250 mil aproximadamente para recuperar o acesso aos dados criptografados.